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Eleições se aproximam: fujam para as colinas

Eleições se aproximam: fujam para as colinas

 

Ano que vem é ano eleitoral, nosso descanso começa a acabar. Do nada, debaixo da terra, atrás das árvores, embaixo da nossa cama, brotando do chão: têm aparecido eles, os políticos. Voltaram a ser cordiais e bons. Voltaram a ser pais de família, honestos e aqueles líderes que sempre lutaram pelo bem do povo. Assim, como um passe de mágica.

Passamos três anos sem os ver. Não sabemos o que fizeram. Nossa vida continua mesma. Mas eles voltaram e diferentes: estão mais gordos, mais ricos e mais mentirosos.

Esses dias vi uma pesquisa eleitoral e comecei a achar que a melhor opção é o anarquismo. Pois como pode um povo que sente que o país vai mal, que não está satisfeito com nada em relação a saúde, educação, emprego, transporte e perspectiva de vida, dizer que vai votar no mesmo representante que se encontra no poder? Ou é ironia, ou é sádico o suficiente para sentir prazer com o próprio sofrimento.

A hora da real mudança é agora.

E as campanhas eleitorais que começaram a poluir nossa cidade, a agredir nossa audição, a interferir na programação da TV, sabe quem financiaram elas? Nós. Quando não fiscalizamos para onde vai o dinheiro das licitações fantasmas, do super faturamento em obras. Quando deixamos para lá e fingimos não ver o péssimo estado dos materiais hospitalares, das escolas, das avenidas.

Agora, toda vez que ligarmos a TV e vermos o rostinho bonito dos políticos podemos saber para onde foi o dinheiro que não consertou a pista esburacada. Quando tomarmos um susto com carros de som, quando eles chegarem nos oferecendo dinheiro, ‘cala bocas’, cestas básicas, saberemos onde está o dinheiro que não fez com que aquele ‘moleque’ permanecesse na escola e se tornasse o marginal que nos assaltou.

Sabe os ‘santinhos’ (panfletos de políticos que poluem as ruas da cidade)? Pois se trata da merenda escolar do seu filho. Juntaremos os santinhos e comeremos satisfeitos?

Mães protejam seus bebes da ‘beijação’ que os políticos vão dar início agora na correria eleitoral. Pais de família desempregados continuem a procurar emprego, não acredite em promessas, o deputado vai sumir para a capital e você não ver nem sombra dele até as próximas eleições. Idosos o voto de vocês valem mais que dentaduras.

Alguém pode achar engraçado minhas comparações e lembranças. Seria até ridículo da minha parte falar em algo tão primitivo quanto esquema de corrupção para desviar verbas para campanhas eleitorais e tão ridículo como compra de votos, se eu não estivesse falando de Brasil. Infelizmente, em nosso país isso está tão engessado que não nos espantamos mais.

Há algum tempo o Fantástico, na Rede Globo, mostrou o deputado Aelton Freitas (PR) ‘ensinando’ outros candidatos a comprarem voto e espalharem boatos falsos sobre os concorrentes para poderem ganhar as eleições. O esquema era do ‘cartãozinho’ que valia R$100,00: ele dava o vale para o eleitor, depois da vitória iria lá e trocava pelo dinheiro, as vezes até antes da vitória.

Ele também calculava que um parlamentar tem direito a 12 milhões de reais de emenda por ano, e ele precisa de 100 mil votos, de forma que ele calcula quanto o eleitor leva e quais os locais que tem mais votos e assim fica melhor dele ‘investir’ o dinheiro. Na cidade que foi descoberto o crime feito por esse deputado (e cometido por tantos outros Brasil a fora) não havia médicos no momento da matéria e o posto de saúde estava fechado há alguns dias, mas quase toda a população se recordava de ter recebido os ‘cartãozinhos’ e o dinheiro do esquema de corrupção de Aelton.

A certeza do candidato que nada iria acontecer com ele era evidente. E ele era audacioso: no meio de toda a sua tropa política e convidados, em meio a câmeras, ele se abria e confessava o seu crime. Já que esse é um crime com milhões de pessoas coniventes, que aceitam se vender, e acabam não somente com suas vidas, como de toda a sua cidade, estado, país.

Eu tenho percebido que a maioria das pessoas não se interessa por política, aliás, não sabe quase nada sobre ela. Se as pessoas tivessem um pouco mais de senso crítico, se vigiassem, se quebrassem o círculo vicioso da corrupção, muita coisa em nosso dia a dia mudaria.

Isso por que quem tem acesso as massas são as pessoas que mais investem em propaganda. Para isso ou a pessoa já nasceu rica e tem dinheiro para gastar no marketing pessoal, ou pega emprestado de empresas e/ou outros políticos que vão cobrar essa dívida depois da eleição. E tem também aquele que já teve a sorte de ganhar outras eleições e soube desviar dinheiro. As pessoas bem intencionadas, quase sempre, não tem como financiar a própria campanha. E muitas outras pessoas bem intencionadas nem entram no mundo da política, mas tentam mudar o mundo do modo que podem, no anonimato, em pequenas atitudes cotidianas.

Minha mãe costuma dizer que “o saco da usura tem um buraco no fundo: quando mais enche o saco, mais ele precisa ser enchido”. Por esse motivo se seu candidato roubou, se nesses quatro anos não fez nada por sua cidade, não tenha esperanças, ele não fará. E poderá ser ainda pior em uma provável reeleição.

*Petrina Nunes-Jornalista do Jornal Alerta


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