O tempo esquentou entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e membro do Supremo Tribunal Federal. Em discurso nesta quarta-feira, no encerramento de encontro de procuradores regionais eleitorais na Escola Superior do Ministério Público, o titular da PGR acusou o magistrado de sofrer de “decrepitude moral e disenteira verbal”.
A reação de Janot é uma resposta a Mendes, que acusou procuradores de vazarem intencionalmente nomes de políticos suspeitos de receber propina da Odebrecht.
Mesmo sem citar o ministro nominalmente, Janot não deixou dúvidas quanto ao alvo de seu azedume: “Não vi uma só palavra de quem teve uma disenteria verbal a se pronunciar sobre essa imputação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios. Mas, infelizmente, com meios para distorcer fatos e instrumentos legítimos de comunicação institucional”, discursou o titular da PGR para uma plateia de procuradores regionais eleitorais.
Segundo O Globo, Janot também teria insinuado que o ministro Mendes estaria tentando nivelar todas as autoridades ao que seria seu próprio comportamento habitual: convidar jornalistas para conversas reservadas com o intuito de vazar informações sigilosas. Na opinião do procurador-geral, Gilmar Mendes estaria sofrendo de decrepitude.