O juiz federal Sérgio Moro afirmou em sua decisão para autorizar a deflagração da “Operação Resta Um” – 33ª etapa da Lava Jato – que os R$ 10 milhões supostamente pagos pela empresa Queiroz Galvão ao senador do PSDB Sérgio Guerra, em 2009, para abafar a CPI da Petrobras, teriam sido abatidos do montante da propina devida pela empreiteira à Diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera.
“O episódio envolvendo a CPI da Petrobras de 2009 não caracteriza, em princípio, somente crime de corrupção, mas igualmente obstrução à Justiça”, anotou Moro. “Há provas de que a Queiroz Galvão teria pago R$ 10 milhões para obstaculizar a investigação da CPI.”
A transação envolvendo Sérgio Guerra (morto em 2014), então presidente nacional do PSDB, é um dos motivos que levaram o juiz da Lava Jato a decretar a prisão preventiva de dois dirigentes da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide de Moraes.
Em nota, a construtora diz que “está cooperando com as autoridades e franqueando acesso às informações solicitadas”. O valor pago ao senador Sérgio Guerra [ex-presidente nacional do PSDB] teria sido abatido do montante da propina devido à Diretoria de Abastecimento.
Outro personagem da transação foi o então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, primeiro investigado na Lava Jato que fechou acordo de delação premiada e apontou propinas para ao menos 28 deputados e senadores, entre os quais Guerra. (Estadão)