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Músico pode ser enquadrado por protesto

Foto: ReproduçãoO músico Tonho Crocco foi enquadrado por crime contra a honra após ter publicado na internet um vídeo em que protesta contra o aumento de 73% dos salários dos deputados estaduais do Rio Grande do Sul, aprovado na Assembleia Legislativa gaúcha em janeiro.

No vídeo publicado menos de 24 horas após a decisão, que repercutiu nos principais noticiários políticos do Rio Grande do Sul, Crocco nomeia os 36 deputados estaduais gaúchos que votaram a favor do aumento. Os parlamentares sentiram-se ofendidos com o clipe musical e acionaram o Ministério Público, que pode processar o compositor.

A música intitulada “Gangue da Matriz” faz alusão à Assembleia Legislativa, localizada na praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, ao mesmo tempo em que é uma referência a uma famosa gangue da cidade da década de 1980.

A divulgação da música e sua repercussão nos meios sociais fizeram com que os deputados cobrassem uma providência do presidente da Casa, Giovani Cherini.

Em 12 de janeiro, uma representação para que o Ministério Público Estadual investigasse se o rap poderia ser compreendido como crime foi protocolada na Procuradoria-Geral de Justiça. No documento, o parlamentar afirma que o protesto “afasta-se da manifestação saudável e democrática para inserir-se no capítulo de crimes contra a honra”.

Crocco disse que recebeu uma intimação em casa. “Li o processo e descobri que foi feira contra mim uma representação de ilicitude. Acho que isso tudo é censura”. E o músico ainda garante: “Quero ser julgado inocente. Não fiz nada errado. Apenas exerci minha cidadania ao usar uma metáfora, uma analogia poética”.

Uma audiência preliminar está marcada para o dia 22 de agosto, quando se determinará se o processo avança ou se será arquivado. Se condenado, o músico pode pegar de um mês a dois anos de prisão.

A votação ocorreu no dia 21 de dezembro e no dia 22 o vídeo de Tonho Crocco já estava na internet. Em oito meses, 35 mil pessoas assistiram ao protesto. Logo após a repercussão, em menos de um dia, o vídeo já tinha mais de dez mil visualizações.

No Twitter, onde começou a discussão e onde o músico encontra as maiores manifestações de apoio, a hastag #freecrocco esteve na terceira posição dos Trending Topics Brasil desta quarta-feira.

Giovani Cherini foi procurado pela reportagem do “UOL”, mas não foi encontrado. Na tarde de terça-feira, uma nota de esclarecimento publicada em seu site oficial explica que a origem do processo foi “um singelo ofício comunicando o ocorrido, feito pela Presidência da Assembleia Legislativa do Ministério Público”.


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