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Ações cruéis são adotadas para tratar problema social da situação de rua

Ações cruéis são adotadas para tratar problema social da situação de rua

 

Em Manaus um banco privado resolveu colocar pedras pontiagudas nas duas calçadas para evitar o aparecimento de pessoas em situação rua. Essa é uma medida higienista peculiar do local, porém em todo o Brasil vemos outras ações semelhantes que demonstram nossa total incompetência em resolver a problemática da situação de rua.

O Banco teve uma medida extremista, colocando os próprios clientes que tentam entrar nas agências em risco, podendo vim a tropeçar e ocasionar até mesmo em óbito. Mas eles alegaram que já tinham tentado de tudo para ‘expulsar os mendigos’, porém eles sempre retornam aquela calçada (por causa da proteção do teto sobre ela).

Já vi algumas imagens de grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, em que alguns prédios implantaram um sistema de irrigação das calçadas para molhar os cidadãos em situação de rua e os usuários de entorpecentes dos prédios.

Um sistema de retirada a força de usuários de drogas das ruas para prender em unidades de tratamento mesmo sem a pessoa querer ser tratado já foi alvo de inúmeras discussões em nosso país. Isso é um caso a parte, porém também inclui as pessoas em situação de rua que sejam usuárias.

Para ‘expulsar’ os cidadãos em situação de rua dos locais públicos diversos gestores adoram inúmeras medidas higienistas. Querendo esconder da paisagem das cidades aquele que, infelizmente, faz parte do seu cenário: as pessoas que são excluídas socialmente.

Além de exemplos citados, uma forma de higienismo, é a matança desses cidadãos em situação de rua, e isso tem se tornado muito comum. Havia suspeita que um grupo de extermínio estava sendo criado em Brasília, após alguns assassinatos em série a pessoas em situação de rua, por meios cruéis como botando fogo nessas pessoas enquanto elas dormiam.

Não gosto de me referir a esses cidadãos como ‘moradores de rua’, ‘mendigo’, ‘pedinte’, dentre outros nomes que, em minha opinião, reforçam um discurso que os prende a condição em que se encontram como se fosse um fato natural. Essa opinião formou-se a partir de dois anos de pesquisa sobre a situação de rua na Bahia e em Pernambuco, em Iniciação Científica, orientada pelo professor Décio Bessa. Hoje eu vejo que esses anos foram os melhores da minha vida, para uma formação de opinião crítica sobre a problemática social e para constantes reflexões de como modificar essa condição a que podemos ser todos reféns.

Observar esses problemas, que as pessoas costumam dizer que são de metrópoles e capitais, surgindo em Teixeira de Freitas de modo assustador, aumentando, principalmente entre os jovens, me entristece para a incapacidade dos governos que adotaram o sistema capitalista de lidar com algo que eles condenam e aumentam ao mesmo tempo: a pobreza extrema.

Isso não é um problema de Brasil, é um problema de todo o mundo, porém em nosso país isso tem aumentado e o governo, até o momento, não apresentou nenhum projeto que seja voltado para isso. Há o tal combate a miséria, porém esse projeto não se volta aos cidadãos em situação de rua especificamente.

Além da ineficácia do cruel sistema higienista, há o assistencialismo que fazem com que as pessoas em situação de rua prendam-se ainda mais nessa condição. Oferecer auxílio a quem estar nas ruas é essencial, porém deve-se arrumar um jeito desse auxílio ter a longo prazo benefícios, e não ser somente momentâneos, como esmolas. Deve-se tentar oferecer além de alimento e locais provisórios para dormirem, é necessário que resolva o problema da pessoa que se encontra nessa situação e que se faça políticas para que ninguém mais precise ir para rua.

Para isso é necessário refletir, primeiramente, sobre os fatores que levam as pessoas para as ruas. Se tratando de crianças temos o abandono dos pais, vício, exploração sexual ou fuga da própria criança do lar (para fugir de algum problema que tinha em casa).

Em se tratando de um adulto o problema é mais complexo. Pois a uma criança pode-se oferecer um novo lar e cuidados institucionais. Mas o que faz um adulto deixar a sua e ir para as ruas? Vício? Desemprego? Loucura? Comodismo?

Para um adulto e idoso que vai para as ruas há um conjunto de fatores que os levam a essa situação. E o que fazemos para tirá-los de lá? Nada. Temos feito somente aumentar o numero de pessoas em situação de rua.

A migração do campo para a cidade é um problema constante nos últimos séculos desde a revolução industrial. O sonho da cidade grande enche os olhos daqueles que acham que quando pisar no asfalto de uma metrópole irão ‘vencer na vida’. E chegado lá se deparam com desemprego, falta de oportunidade, miséria. Ficam vulneráveis as drogas e ao álcool. Enlouquecem por não conseguirem a boa posição social tão cobrada pelo sistema capitalista.

Ou as histórias podem partir de outros vieses, como distúrbios mentais que fazem com a pessoa abandonem o lar, perca emprego e se entregue a drogas. Ou pessoas que se viciam e acabam sofrendo outros problemas que vem junto com o vício.

A grande questão é: até quando deixaremos o país ficar vulnerável a pobreza e quando começaremos a planejar melhor o crescimento desordenado e a falta de capacidade de lidar com as questões modernas?


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