Alba é notificada sobre prisão de Binho Galinha

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06 de outubro de 2025
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Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa da Bahia


 

 

A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) foi oficialmente notificada pela Justiça sobre a prisão do deputado Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD). A informação foi confirmada pela assessoria da Casa nesta segunda-feira (6). A notificação era aguardada para que o caso pudesse ser formalmente discutido no Parlamento.

O parlamentar é suspeito de liderar uma milícia envolvida em lavagem de dinheiro há mais de uma década. Ele foi preso na última sexta-feira (3), após dois dias foragido. Além dele, a esposa, o filho e outras sete pessoas também foram detidos durante a operação.

 

Em nota, a Alba informou que solicitou acesso à decisão judicial e aos autos do processo para definir os próximos passos. “Nenhum órgão da Assembleia, seja o Conselho de Ética ou o Plenário, pode deliberar sem o exame prévio desses documentos”, afirmou a instituição. Até o momento, esses detalhes ainda não foram compartilhados com a Casa.

De acordo com o Código de Ética e Decoro Parlamentar, se for comprovado que a conduta do deputado representa atentado ao decoro ou incompatibilidade com o cargo, ele poderá ser suspenso ou até perder o mandato.

A decisão caberá ao Conselho de Ética, que analisará a gravidade da infração, os danos causados à imagem da Assembleia, as circunstâncias agravantes e os antecedentes do parlamentar. Caso o processo siga adiante, o resultado final será decidido por votação secreta no plenário. O deputado tem direito à ampla defesa, e o prazo máximo para a conclusão do caso é de 90 dias.

Prisão mantida

Também nesta segunda-feira, a Justiça manteve a prisão preventiva de Binho Galinha após audiência de custódia. O mandado foi expedido com base em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo diante do foro privilegiado do deputado.

Segundo apuração da TV Bahia, o STF decidiu que o foro por prerrogativa de função só se aplica a crimes cometidos durante o exercício do mandato e relacionados às funções parlamentares. Assim, crimes anteriores ou sem ligação com o cargo devem ser julgados pela Justiça comum.

A juíza responsável reforçou que a maioria dos ilícitos investigados ocorreu antes de Binho Galinha assumir o mandato, ou, quando posteriores, não têm relação com a atividade parlamentar.

Vale lembrar que, em 2011, antes de ingressar na política, o deputado já havia sido preso em uma operação contra roubo de carros.

Após a prisão na sexta-feira, Binho Galinha foi escoltado por cerca de 20 agentes policiais e promotores do Gaeco até Salvador. Ele permanece custodiado em uma Sala de Estado-Maior, conforme prevê a legislação para parlamentares.

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