O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, entregou o cargo no fim da tarde deste domingo após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. O cargo era contestado após várias denúncias terem decaído sobre ele.
Ele é o sétimo ministro que não consegue completar o ano sob a presidência de Dilma. Em 2011, já deixaram o cargo Wagner Rossi (Agricultura), Antonio Palocci (Casa Civil), Nelson Jobim (Defesa), Pedro Novais (Turismo), Alfredo Nascimento (Transportes) e Orlando Silva (Esportes). A movimentação de cargos deu à presidente a condição popular de “varredora da corrupção”.
Deste grupo, Lupi foi o que mais aguentou acusações sem deixar o cargo. Ele vinha resistindo desde desde 9 de novembro, quando uma reportagem da revista “Veja” afirmou que seus assessores recebiam propina.
Veja na íntegra a nota oficial de Lupi após deixar o ministério:
“Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República – que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa — decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável.
Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo.
Foram praticamente cinco anos à frente do Ministério do Trabalho, milhões de empregos gerados, reconhecimento legal das centrais sindicais, qualificação de milhões de trabalhadores e regulamentação do ponto eletrônico para proteger o bom trabalhador e o bom empregador, entre outras realizações.
Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence.”