Carrefour aprova fusão com Pão de Açúcar
O conselho administrativo do grupo francês Carrefour comunicou na manhã desta segunda-feira a decisão favorável ao plano de fusão com o grupo brasileiro Pão de Açúcar.
A integração deve unir os ativos brasileiros do Carrefour com os da CBD (Companhia Brasileira de Distribuição). O projeto, no entanto, não é aceito pelo grupo francês Casino, que é sócio do Pão de Açúcar e rival do Carrefour.
A junção vai resultar em uma empresa batizada de NPA (Novo Pão de Açúcar), e vai responder por 27% do mercado varejista formal no país ou 16% do total, além também dos informais. A nova empresa vai dividir o Pão de Açúcar com o grupo francês Carrefour, baseado em 50%-50%.
O NPA passa a ter 100% da filial brasileira do grupo Carrefour. Por conta dessa reestruturação societária, o Novo Pão de Açúcar vai responder por 11,7% do grupo Carrefour no mundo.
A fusão deve contemplar ainda uma injeção maciça de capital na nova companhia. A Gama deve aportar 2,5 bilhões de euros (cerca de R$ 5,7 bilhões), sendo 1,7 bilhão de euros do BNDESPar, (R$ 3,86 bilhões), e outros 800 milhões de euros (R$ 1,82 bilhão) de sua controladora.
O presidente do conselho do Pão de Açúcar, o empresário Abilio Diniz, terá 17% do NPA. Já o Casino, que deixou claro a posição contrária a fusão, teria 29%.
Rival não quer negócio
Nesta segunda-feira, a varejista francesa Casino informou que abriu um segundo pedido de arbitragem contra o sócio brasileiro Abílio Diniz, na Câmara de Comércio Internacional (ICC, em inglês).
De acordo com o grupo francês, o pedido é uma forma de “garantir o respeito dos procedimentos estabelecidos pelo acordo de acionistas de 27 de novembro de 2006” na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD). O Casino reafirmou seu compromisso com o Grupo Pão de Açúcar (CBD), que é administrado pela família Diniz, além de reiterar a confiança na diretoria da empresa do Brasil. “Como acionistas desde 1999, o Grupo Casino tem continuamente apoiado o crescimento e o desenvolvimento do CBD”, disse em nota.
Para o negócio ir adiante, o Casino, que é um dos maiores acionistas da CBD, precisar aprovar a fusão. Na última semana, a participação do grupo cresceu 6,2%, passando agora a ter 43,1% das ações direta e indiretamente através da Wilkes, holding conjunta com a família Diniz.
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