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Com histórias de luta, voluntários dão sinais de esgotamento no RS

Foto: Congresul/Divulgação


Por Priscila Mengue

É impossível estimar o quão mais trágica seria a devastação no Rio Grande do Sul se não fossem os voluntários. Nos resgates, abrigos e centros de doações, são grande parte do contingente que dá suporte aos mais de 2 milhões de impactados pela chuva extrema, as enchentes e os deslizamentos nos municípios gaúchos. Há quem diga que deverá ser erguido um monumento a esses milhares de anônimos que têm ajudado a salvar vidas em meio à devastação de um Estado.

Com mais de uma semana de crise humanitária na região metropolitana e ainda mais tempo de impactos no interior, parte dos voluntários dá sinais de cansaço, estresse e esgotamento.

O Estadão entrevistou diversos voluntários de Porto Alegre e Canoas, respectivamente capital e terceira mais populosa cidade do Rio Grande do Sul. Os relatos envolvem pessoas tão movidas pela adrenalina da situação que não percebem sede, fome ou cansaço. Há quem tenha emendado até 28 horas de trabalho ininterrupto, que não pare nem quando chega em casa.

Ao mesmo tempo, os sinais de esgotamento começam a ficar evidentes. Não só pelas dificuldades de ajudar em uma situação com tantas limitações, problemas e sofrimentos, mas também pela situação de indefinição de quando haverá uma resolução, ainda mais após o retorno da chuva nos últimos dias e a tendência de elevação de diversos rios e lagos, inclusive na região metropolitana.

Diante da rápida elevação da enchente em Canoas, Juliett Freitas, de 34 anos, decidiu que precisava fazer alguma coisa. Não sabia o quê. Eram 7 horas da manhã de sábado, 4, quando começou a se mobilizar, apoiando em pequenas demandas aqui e ali, por diversos lugares.

Ajudou em uma escola, uma paróquia, um Centro de Tradição Gaúcha (CTG), na evacuação de ruas, no recolhimento de doações. No início da tarde, chegou no abrigo que começava a se formar — e se tornaria um dos maiores do Estado — do campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Somente saiu de lá na noite de domingo, 5. Foram cerca 28 horas ininterruptas fora de casa, segundo conta.

“Fui beber água no domingo. Não comi nada. A minha primeira refeição mesmo, de feijão e arroz, foi na terça-feira (7), à noite. Domingo, não consegui jantar direito”, relata. Ela não se considerava cansada, mesmo com a preocupação de colegas para que reduzisse o ritmo.

No último semestre da graduação em Enfermagem, Carine Pereira, de 40 anos, tem ido à universidade por outro motivo na última semana. Está como voluntária no ambulatório de saúde montado no ginásio, no apoio com curativos, vacinas, medicações. “Não tinha como ser indiferente, corri pra lá. Nunca imaginei passar por situação similar a essa”, desabafa.

Fonte: Agência Estado


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