A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, teve uma amostra neste domingo, 16, em Salvador – quando participou de conferência estadual do PT que referendou o nome de Jaques Wagner como candidato à reeleição – de como será espinhosa a circulação em estados em que não há possibilidade de o seu partido manter a aliança local com o PMDB.
No mínimo, ela precisará subir nos palanques de dois adversários pelo governo baiano: no de Wagner e no do peemedebista Geddel Vieira Lima. Apesar de a festa ser eminentemente petista, Dilma precisou responder a muitas perguntas sobre essa situação, deixando tudo em aberto.
“A tendência é que eu – o presidente Lula é outra questão – participe dos dois palanques, mas isso ainda não está decidido, pois não está concluído o processo das alianças que sustentarão o projeto que eu represento”, declarou, explicando que a discussão para definir isso será feita quando “os partidos apresentarem e definirem seu apoio à (minha) pré-candidatura”.
Dilma disse não estar preocupada com a demora de o PMDB anunciar oficialmente o apoio à sua candidatura. “Algo que a gente tem que respeitar é o fato de que cada partido tem seu tempo. Esse é um caso que vai resultar numa solução mais madura. A informação que eu tenho é a de que a executiva do PMDB se reúne terça-feira, quando nós veremos o resultado, e marcaram a convenção para o dia 12 de junho”, declarou.
Recado – Ao ser questionada se essa dubiedade confundiria o eleitor da Bahia, Dilma ponderou que para uma tomada de decisão “tudo isso será considerado”. A “questão baiana” surgiu até quando ela revelou um recado carinhoso que o presidente Lula havia mandado para Wagner, quando soube que Dilma iria visitar Salvador no fim de semana. “Ele (Lula) me disse: cê vai lá no Jaques? Dá a ele um grande abraço e a certeza de que eu estou com ele…”, disse, sendo interrompida por um repórter indagando se havia algum recado também para Geddel. “Ele também tem apreço pelo Geddel”, acomodou.
Presente – Sem surpresas quanto à resolução partidária aprovando sua indicação ao governo do Estado, o governador Jaques Wagner comemorou o resultado da pesquisa Vox Poppuli divulgada na noite de sábado, 15, na qual a pré-candidata petista à Presidência da República aparece com 38% das intenções de voto, pela primeira vez à frente do tucano José Serra, com 35%. Respondendo ao pedido de ajuda de Dilma, o governador prometeu obter com a militância do PT na Bahia a vitória com o maior percentual para os adversários entre todos os estados.
Senado – A conferência estadual do PT, no entanto, não conseguiu dar um ponto final à indefinição sobre o segundo nome para disputar o cargo do Senado na chapa majoritária. A tendência era que o partido escolhesse neste domingo entre Walter Pinheiro e Waldir Pires, mas os petistas resolveram deixar a decisão a cargo do diretório estadual. A previsão é de que o nome seja definido em consenso dentro de 15 dias.