Foto: Ricardo Stuckert Filho/PR
A presidente afastada, Dilma Rousseff, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação na qual afirma que está em curso no país o que chamou de “um golpe de Estado”. Esta foi a resposta de Dilma à interpelação judicial feita ao STF durante o mês passado, pelos deputados Júlio Lopes (PP-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Pauderney Avelino (DEM-AM), Rubens Bueno (PPS-PR), Antônio Imbassahy (PSDB-BA), Paulo Pereira da Silva (SD-SP).
Os parlamentares questionaram o fato de a presidente ter dito várias vezes que o processo de impeachment é golpe de Estado. “Uma razão move a Sra. Presidente da República, ora requerida, ao decidir apresentar sua resposta a esta interpelação. É a sua convicção, acompanhada por escritos de juristas e de cientistas políticos brasileiros e estrangeiros, de artigos e de editoriais de importantes jornais de todo o mundo, de que realmente está em curso um verdadeiro golpe de Estado no Brasil, formatado por meio de um processo de impeachment ilegítimo e ofensivo à Constituição”, diz o texto, assinado pelo ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa da presidente, entregue na última terça-feira (7) ao Supremo.
Os parlamentares pediram que a presidente explicasse, entre outros pontos, quais atos compõem o golpe denunciado por ela, quem são os responsáveis, quais instituições atentam contra seu mandato e quais as medidas que ela pretende tomar, na condição de Chefe de Governo e Chefe de Estado, para resguardar a República. A relatora da ação, ministra Rosa Weber, determinou, no mês passado, prazo para que a presidente se manifestasse.
“Silenciar diante desta interpelação seria negar uma vida e submeter-se a uma tentativa de intimidação. Uma vida que resistiu à prisão e às torturas impostas durante o período da ditadura militar, sem abdicar das suas crenças. Uma vida, de quem se orgulha de ser mulher e de não se curvar diante de ameaças, de intimidações ou de arbítrios, venham de onde vierem”, diz o document