Eduardo Bolsonaro anuncia que vai tirar licença do mandato de deputado
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18 de março de 2025Foto: Reprodução / Google Imagens
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, onde está desde o final de fevereiro.
Ao anunciar a decisão, ele fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito que investiga o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado. Eduardo não é alvo da investigação.
O parlamentar fez o anúncio numa rede social, uma semana antes do julgamento no STF que pode tornar seu pai réu.
Ele disse que a licença é temporária e que vai abrir mão de receber o salário de R$ 46.366,19. O deputado foi o terceiro mais votado em São Paulo em 2022, com 741.701 votos, atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e Carla Zambelli (PL).
Pouco depois do anúncio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, negou o pedido do PT para apreender o passaporte de Eduardo Bolsonaro. O partido havia entrado com a ação alegando que ele usa viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o Supremo.
Eduardo Bolsonaro é réu em uma ação penal por difamação apresentada pela deputada Tábata Amaral (PSB-SP). Ele afirmou, sem provas, que a deputada teria criado um projeto sobre distribuição de absorventes para favorecer o empresário Jorge Paulo Lehmann.
Quem assume a comissão da Câmara
O parlamentar disse que o comando da Comissão de Relações Exteriores ficará com o deputado Luciano Zucco, seu colega no PL e líder da oposição na Câmara.
“No meu lugar, será nomeado o deputado federal gaúcho Zucco para a comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ele irá me ajudar institucionalmente a manter essa ponte com o governo Trump e o bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos”, disse.
No PL, Eduardo Bolsonaro atua como secretário de relações internacionais. Parlamentares que defendiam a indicação dele para a comissão da Câmara citavam o cargo no partido e a proximidade com aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como argumentos.
A possibilidade de Eduardo Bolsonaro presidir o colegiado foi contestada por parlamentares aliados do governo e abriu uma disputa na Câmara.
Para adversários políticos, Eduardo poderia usar a comissão na Câmara como palanque para críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe e outras investigações que miram seu pai e aliados.
Segundo o blog da Natuza Nery, Eduardo teria sido impedido de assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores por decisão de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Valdemar nega que tenha vetado a indicação.
Fonte: g1