Os apreciadores de feijão podem preparar o bolso para os próximos meses. O produto teve alta brusca de 73% em apenas dez dias no campo, e as próximas semanas serão de novos aumentos.
A saca de feijão de melhor qualidade chegou a R$ 200 ontem e pode superar o recorde histórico de R$ 300, do início de 2008, segundo avaliação de Marcelo Eduardo Lüders, presidente do conselho do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão).
“Estamos vendo apenas a ponta do iceberg”, diz ele.
Comercializado atualmente entre R$ 3 e R$ 5 por quilo nos supermercados, o feijão poderá custar cerca de R$ 15 para os consumidores nos próximos meses, acrescenta.
A alta ao consumidor deve chegar rápida porque, ao perceber o aumento de preço no campo, o varejo antecipa o reajuste de preços até para o produto adquirido com valores menores, diz Lüders.
Essa alta brusca se deve a vários fatores, que vão desde a menor presença do governo nas compras do produto até os efeitos climáticos nas áreas de produção.
A oferta de produto não acompanhou a demanda e deverá haver déficit de 13 milhões a 14 milhões de sacas no mercado. Desse volume, entre 3 milhões e 4 milhões de sacas terão de ser importadas da China, dos Estados Unidos e do Canadá.