A banda McFly fez um show divertido e bem humorado para um HSBC Arena metade cheio (ou metade vazio, dependendo da sua boa vontade) neste sábado. “É muito bom estar no Rio de novo. Vocês tem uma cidade muito, muito, muito bonita”, declarou o guitarrista Tom Fletcher entre gritinhos dos fãs (a maioria garotas, embora haja uns meninos moderninhos também).
A “Above The Noise Tour” começa com um vídeo no telão convidando o público a fazer parte de uma espécie de comunidade virtual deles, a “Super City”. Quem é cadastrado tem direito a ir ao camarim. Mas eles não precisavam fazer essa propaganda. A maioria da plateia já é registrada. Segundo um segurança do local, eles atenderam mais de 700 fãs no camarim antes do show (divididas em grupos de dez). A maioria com blusas personalizadas que variavam entre os dizeres “McFly” e “I love McFly”
Essa aproximação era impensável em 2009, na última vinda do grupo. Na época, eles eram menos acessíveis e moviam multidões em portas de hotéis e aeroportos. Mas se o grau febril diminuiu dessa vez, a animação não. Os garotos continuam transformando o palco em playground. Eles se divertem como toda banda deveria se divertir em um show. Totalmente à vontade, os ingleses brincam entre si e com a plateia. O vocalista Danny Jones tenta falar português. “Obrigado! E aí? Tudo bem? Tudo bom? Eu te amo!”, arranha.
O baixista Dougie Poynter vai além, coloca uma calcinha jogada no palco na cabeça, um sutiã pendurado no microfone, e diz que o que mais ama no Brasil são as mulheres. “Nós amamos as brasileiras!”, grita. O baterista Harry Judd, o que menos fala no show (mas por quem as meninas mais gritam), concorda. Eles não são bobos não.
Mas as brincadeiras não param por aí. Tom abaixa as calças e mostra a cueca; Dougie e Danny ameaçam se beijar; Danny passa uma toalha dentro das calças e joga para o público; Tom coloca um óculos e não consegue começar uma música de tanto que ri. É Smile, cujos versos viram “you just got to be Brazilian” (em vez de “happy”). O mesmo acontece com Falling in Love. Eles transformam a letra para “wishing I could be in Rio de Janeiro” (em vez de “California”).
Tudo é válido para dizer o quanto eles gostam do Brasil e da cidade especificamente. Danny diz que as temporadas no Rio são sempre muito boas. Para Harry, é ótimo poder olhar para qualquer lado e ver meninas tendo faniquitos (ele não diz com essas palavras, claro, mas é isso que quer falar). “Vocês são os melhores”, grita Tom, que depois de enrolar bastante para deixar o palco (como se não quisesse fazê-lo), avisa: “Nós prometemos que vamos voltar em breve!” Mas antes ainda há shows em São Paulo e Porto Alegre, para depois seguir com a turnê pela América do Sul. A maratona está só começando.