MORO APONTA “CARÁTER SERIAL” DE CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
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05 de julho de 2016
O juiz federal Sérgio Moro apontou, ao mandar deflagrar a Operação Abismo – 31ª fase da Lava Jato – para o que classifica de ‘caráter serial da prática de crimes contra a Administração Pública e de lavagem de dinheiro’.
Moro sustenta que a corrupção sistêmica e as investigações sobre propinas de R$ 39 milhões nas obras do Centro de Pesquisas da Petrobras, no Rio, reclamam ‘a tomada de remédios amargos para prevenir reiteração delitiva’. Abismo cumpre nesta segunda-feira, 4, 36 mandados expedidos pelo juiz da Lava Jato – um deles, de prisão preventiva, pega o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
“Se a corrupção é sistêmica e profunda, impõe-se a prisão preventiva para debelá-la, sob pena de agravamento progressivo do quadro criminoso. Se os custos do enfrentamento hoje são grandes, certamente serão maiores no futuro. O país já paga, atualmente, um preço elevado, com várias autoridades públicas denunciadas ou investigadas em esquemas de corrupção, minando a confiança na regra da lei e na democracia”, destacou Moro, conforme informou o Estadão.
”A corrupção sistêmica é produto de uma prática criminosa serial e não um ato isolado no tempo e espaço. Não raramente os casos de corrupção descobertos constituem apenas uma amostragem de atividades criminosas muito mais extensas”, alertou.