O chororô dos deputados estaduais que nunca tem fim
Diz o ditado popular que é difícil agradar a gregos e troianos. No entanto, se essa sabedoria popular fosse criada no Espírito Santo certamente nessa frase também seriam incluídos os deputados estaduais. As reclamações, críticas e insatisfação andam lado a lado com os parlamentares e parece já fazer parte das atividades do gabinete.
Durante a semana, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou a abertura do caixa do Governo e o aumento do valor da verba destinada aos deputados para atender suas bases eleitorais. O montante passou de R$ 1 milhão para R$ 1,5 milhão.
Mas eles queriam mais. Até porque estamos às vésperas de um ano eleitoral e fazer agrados ao eleitor nessa época parece ser um bom negócio, já que a maioria pretende disputar a reeleição no ano que vem. Mas além do reajuste, os deputados estaduais também reclamaram de que não foram chamados por Casagrande para negociar o recurso.
Outro motivo para o chororô constante era a relação do secretário da Casa Civil, Luiz Ciciliotti, com o Legislativo. Críticas, algumas ferozes, eram disparadas na mesma intensidade com que se aprovam projetos e vetos do Executivo. Pode parecer contraditório, mas em se tratando da Assembleia tudo é possível.
Na última quinta-feira, no entanto, o governo anunciou a saída de Ciciliotti do cargo e no seu lugar indicou o “negociador” Tyago Hoffmann para tentar acalmar os ânimos. O novo secretário já prometeu que irá procurar o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), e os 30 deputados para estreitar a relação entre os poderes.
Sua palavra de ordem é esgotar todas as chances de diálogo, fazer uma gestão transparente e honesta. Hoffmann garantiu ainda que fará o possível para atender as demandas de cada parlamentar, mas quando não for possível vai mandar o “papo reto”. E pelo jeito, não vai adiantar ter chororô.
*O jornalista Josué de Oliveira conta para os leitores tudo o que acontece nos corredores dos Três Poderes do Espírito Santo.
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