Definido pelo prefeito Gilberto Kassab como “nem de direita nem de esquerda nem de centro”, o PSD (Partido Social Democrático) nasce com clara tendência pró-governo. Das 23 unidades da federação onde está formado, em 12 o comando é de aliados da presidente Dilma Rousseff.
A reportagem considerou “oposicionistas” as seções capitaneadas por notórios críticos do ex-presidente Lula. São seis: São Paulo (Kassab e o vice-governador Guilherme Afif Domingos), Rio (Indio da Costa, ex-vice de José Serra), Santa Catarina (o governador Raimundo Colombo), Paraná (o ruralista Eduardo Sciarra), Tocantins (a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA) e Goiás (Vilmar Rocha, secretário de Marconi Perillo).
Mesmo nessas seções, os caciques preferem o rótulo de “independentes”.
“Sou identificado com a oposição, pois fui candidato a vice do Serra. Mas tudo o que defendi a Dilma está fazendo: privatização de aeroportos, defesa dos direitos humanos. O PSD é uma criança ainda na barriga da mãe. Não seremos do contra, como muita gente na oposição. O que for a favor do Brasil, apoiaremos”, diz Indio da Costa.
Há cinco Estados “neutros”, porque o comando está com não políticos ou porque ainda não está claro como os caciques vão se comportar.
Voto ‘Sim’
Há quatro unidades onde o PSD ainda não tomou corpo. Quando se analisa a bancada na Câmara, a orientação pró-Dilma é mais clara. Mesmo dissidentes de partidos como DEM e PSDB aportam na sigla idealizada por Kassab com a disposição pró-governo.
Para Kassab, a diversidade ideológica é natural nessa fase inicial do partido, cuja composição é heterogênea.
“O ano de afirmação do PSD, de sua consolidação, será 2018, quando já teremos passado por duas eleições e será possível fechar uma posição única”, diz o prefeito.
Para 2012 e 2014 vai vigorar a política de alianças, já que o partido não terá tempo de TV nem fundo partidário. A ordem na sucessão presidencial é clonar o PMDB: liberar as seções estaduais para apoiar a reeleição de Dilma ou o candidato do PSDB, sem fechar questão.(folha)