A Polícia Federal (PF) e Receita Federal deflagram, nesta quarta-feira (19), a Operação Caravana, que visa combater os crimes de associação criminosa, contrabando e descaminho, delitos cujas penas, somadas, podem chegar até 12 anos de reclusão. A ação, que está sendo realizada por 32 policiais federais e 21 servidores da Receita Federal, ocorre na cidade de Tanque Novo, no interior da Bahia, e cumpre oito mandados de busca e apreensão.
A operação decorre de investigação iniciada em novembro de 2019, com base em informações provenientes da Delegacia da Polícia Federal em Londrina, no Paraná, relatando a atuação de um grupo, liderado por dois comerciantes de Tanque Novo, que estaria operando esquema de transporte e distribuição cigarros, bebidas e perfumes provenientes do Paraguai, sem o pagamento dos impostos devidos.
Foram registradas, no curso das investigações, três ocorrências policiais ligadas ao grupo, confirmando sua reiterada atuação nos crimes de contrabando e descaminho: em dezembro de 2019, um indivíduo ligado ao grupo foi preso em flagrante em Santo Inácio, também no Paraná, por transporte de cigarros contrabandeados; em setembro de 2020, outra carga de cigarros pertencente ao grupo foi apreendida em Urandi, na Bahia; já em janeiro de 2021, houve a apreensão em Montes Claros, em Minas Gerias, de uma carga de perfumes provenientes do Paraguai, que era transportada pelos dois líderes do grupo investigado.
Além disso, a equipe de investigação identificou a utilização de uma empresa de fachada para dar aparência de legalidade aos valores movimentados pelo grupo criminoso. A empresa sediada em Tanque Novo movimentou cerca de R$ 13 milhões no período de 2018 a 2020. A maior parte dos recursos movimentados tinha como origem/destino empresas sediadas na região da fronteira com o Paraguai.
Em conjunto com a investigação policial, está a cargo da Receita Federal do Brasil dar prosseguimento aos procedimentos fiscais.