Prado:Carlo Casarsa pede demissão do cargo de secretário
-
08 de maio de 2012A prefeitura de Prado acaba de perder mais um secretário. Trata-se do jornalista e empreendedor da Praia de Guaratiba, Carlo Casarsa, que pediu demissão do cargo na última segunda-feira (7/4). Casarsa afirmou em entrevista que “não tinha autonomia na pasta como secretário”.
“Eu saio da Secretaria de Turismo por motivos pessoais, pela falta de respeito à minha pessoa como profissional. Eu não tinha recursos para trabalhar. Se chamaram alguém só para esquentar a cadeira, chamaram a pessoa errada”, afirmou.
Carlo Casarsa reclamou da falta de diálogo do prefeito Jonga Amaral e disse que teve que bancar eventos e viagens a serviço da secretaria com dinheiro do próprio bolso. “Ele não sentava comigo para discutir nada. Viagens que fiz a Salvador e Brasília, eu banquei. Fui convidado do ministro do Turismo de Lisboa para o salão internacional em Portugal, paguei tudo sozinho. O que mais sinto orgulho da minha passagem pela Secretaria de Turismo é que fiz muita coisa sem o dinheiro da prefeitura, mas com a ajuda dos comerciantes locais que acreditaram no meu trabalho”, disse.
A saída de Casarsa da Secretaria de Turismo traz à tona outro escândalo: quem de fato controlava todos os recursos da secretaria em questão era o gerente de Convênios Clécio Ribeiro Santana, mais conhecido como Clécio do Cimento, figura bem conhecida dos moradores de Juerana, Imbassuaba e da APLB.
A pasta do Turismo era a responsável pela realização do Reveillon e do Carnaval. Além de Clécio, quem também controlava os recursos era Gilvan Produções, que nem cargo na prefeitura ocupa, e Cássio Cocobongo, que cuida do marketing.
Resultado disto é que na última quinta-feira (3/5), a prefeitura de Prado foi notificada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) por irregularidades nas licitações na realização do Reveillon e Carnaval. Segundo o TCM, Jonga Amaral e sua tropa gastaram R$ 780.645,24, “sem a observância de requisitos exigidos pelas normas de regência”.
No relatório do tribunal aparecem os nomes de: Cássio M. Marchesini, Agência de propaganda Barros Aguiar, B. M. Produções e Eventos Ltda e Improviso do Samba Promoções, que, juntos, levaram dos cofres da prefeitura o montante de R$ 657.327,04 (seiscentos cinquenta sete mil trezentos e vinte e sete reais e quatro centavos).
Enquanto isso, o secretário Carlo Casarsa tinha que bancar do próprio bolso viagens e eventos de sua autoria. Até mesmo a imprensa controlada por Amaral era proibida de dar visibilidade aos eventos realizados por Casarsa.
O ex-secretário do Turismo deixa a pasta como um vitorioso. Após o anúncio na Câmara Municipal, populares e os vereadores foram cumprimentá-lo e parabenizá-lo pela coragem e pelos trabalhos que conseguiu realizar como a do Eco Emotion que movimento cerca de R$20 milhões no extremo sul da Bahia.
“Como gestor, Casarsa mostra que foi um dos melhores secretários de Turismo que Prado já teve”, afirmou o presidente da câmara vereador Afredinho.
Algumas fontes ouvidas pelo TN dão conta de que o secretário de Turismo saiu porque se sentia usado. Outras dizem que ele tinha receio de que os desmandos em sua pasta pudessem lhe trazer problemas junto à Justiça, como a questão da recente notificação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Nesse caso, o secretário agiu preventiva e acertadamente.
Quanto aos desmandos de Clécio, Gilvan e CIA, que resultaram na notificação do TCM, todo mundo está cansado de saber que não vai dar em nada.
*teixeiranoticias