Sem Terras interditam BR-101 em três trechos
Em lembrança e protesto ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocuparam na manhã de hoje (17) 13 rodovias que cortam a Bahia. O manifesto faz parte das celebrações do tradicional Abril Vermelho do MST.
No extremo sul, o MST bloqueou a BR-101 em três lugares: o primeiro ocorreu nas proximidades da fazenda Colatina, em frente ao assentamento Jaci Rocha, entre Teixeira de Freitas e Itamaraju; o segundo nas proximidades do distrito de Monte Pascoal, entre Itamaraju e Itabela; e o terceiro na região de Mundo Novo, entre os municípios e Eunápolis e Itagimirim.
As interdições duraram 21 minutos em alusão aos 21 sem terras que morrem no massacre da cidade de Eldorado dos Carajás, no estado do Pará, durante confronto com a Polícia Militar. 21 crianças também foram expostas na frente da interdição segurando cruzes de madeira em simbologia aos assassinatos.
Na época do massacre, 1.500 trabalhadores rurais, que estavam acampados na região, decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam obstruindo a rodovia BR-155, que liga a capital do estado Belém ao sul do estado. 19 trabalhadores rurais morreram na hora e outras duas vítimas morreram anos depois, por conta das seqüelas. O massacre ainda deixou saldo de 67 pessoas feridas.
Ocupações de terras
As mobilizações do Abril Vermelho no extremo sul da Bahia já promoveram a ocupação de 04 fazendas, sendo que 03 pertencem a produtoras de eucalipto. A meta é chagar á 10 ocupações de áreas na região. Em todo o Estado, 50 propriedades rurais devem ser ocupadas ainda este mês; até o momento 25 terras já foram tomadas.
MDA e INCRA
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Brasília e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Salvador, também foram ocupados, ontem (16) pelo MST. Os sem terra afirmam que só deixaram o MDA quando conseguirem uma conversa coma presidente Dilma Rousseff. Não previsão de desocupação do INCRA. (radar830)
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