A indústria brasileira de materiais de construção encerrou 2012 com alta de 1,4 por cento nas vendas, informou nesta terça-feira a associação que representa o setor no país, Abramat, que projetava crescimento anual de pelo menos 2 por cento.
Em dezembro apenas, as vendas caíram 3,4 por cento sobre um ano antes e recuaram 11,2 por cento em relação a novembro.
“Dezembro foi um mês surpreendentemente fraco de vendas da indústria de materiais, possivelmente em função da venda de estoques mantidos pelo comércio, pela baixa atividade no setor imobiliário e continuidade do baixo volume de obras na infraestrutura”, afirmou o presidente da Abramat, Walter Cover, em nota.
A entidade havia iniciado 2012 com previsão de crescimento de 4,5 por cento nas vendas. Porém, ao longo do ano passado, reduziu a estimativa para alta de 3,4 por cento e, mais recentemente, para aumento entre 2 e 2,5 por cento.
As vendas de materiais básicos ficaram praticamente estáveis no último ano, com alta de apenas 0,1 por cento, enquanto as de itens de acabamento subiram 3,8 por cento.
O cenário econômico de desaceleração do crescimento e fatores como dificuldade de obtenção de crédito pelas famílias, importação de materiais, redução no ritmo das obras imobiliárias e de infraestrutura levaram a indústria de materiais a sofrer com vendas abaixo do esperado em todo o ano passado.
Para este ano, a Abramat tem uma visão mais otimista, voltando a estimar crescimento de 4,5 por cento na comparação com 2012. Dentre os fatores que devem contribuir para a recuperação do setor em 2013, a entidade aposta no consumo das famílias para reformas e ampliações de imóveis.
“O varejo deve manter crescimento vigoroso em função da permanência das condições positivas de renda, emprego e crédito. As obras relacionadas aos programas de concessão de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos devem dar resultados a partir do segundo semestre e as obras da Copa do Mundo deverão ter um ritmo mais intenso em 2013”, afirmou Cover.
Ele citou ainda a continuidade das obras do programa “Minha Casa, Minha Vida” e a retomada do ritmo de lançamentos imobiliários.
“Para a recuperação esperada, será fundamental o governo intensificar as desonerações do setor e manter a política de juros baixos, câmbio realista e redução nos custos de energia e de gás”, acrescentou.(redimob)