Vida de Edmundo é marcada por polêmicas dentro e fora de campo
O ex-jogador e atual comentarista esportivo, Edmundo, foi preso na manhã desta terça-feira, em São Paulo, acusado de homicídio culposo e lesão corporal por acidente de carro que ocorreu em 1995 e matou três pessoas. O caso está longe de ser a única polêmica na vida do Animal, que tem um longo histórico de problemas em seu passado.
Em 1991, quando ainda era jogador do time de juniores do Botafogo, Edmundo já despontava como futuro craque e jogador-problema, sendo expulso do Alvinegro após andar sem roupa pela concentração. No mesmo ano, foi para o Vasco, onde ficou até 1993, antes de se transferir para o Palmeiras.
No Alviverde, mais gols e mais polêmicas. Teve voadora em Paulo Sérgio na final do Campeonato Paulista de 1993 sobre o Corinthians, briga com seu companheiro de clube Antônio Carlos, soco em André, durante partida contra o São Paulo e repórter agredido em Guayaquil, no Equador, depois do Palmeiras perder por 1 a 0 para o Nacional, com direito a pênalti perdido pelo atacante. Na ocasião, Edmundo ficou preso por seis dias no hotel em que estava hospedado, antes de ser autorizado a deixar o país. Depois de brigar com o técnico Vanderlei Luxemburgo e com outros jogadores, o Animal não renovou seu contrato e foi para o Flamengo, em 1995.
No Rubro-negro, chegou para formar o chamado “melhor ataque do mundo”, ao lado de Romário e Sávio. Porém, o trio virou motivo de chacota para os rivais pelo baixo rendimento e Edmundo ficou marcado por uma briga na partida contra o Velez Sarsfield, pela Supercopa. O atacante levou uma cotovelada de Zandoná e trocou agressões com o jogador. Ao virar as costas, levou um soco no rosto, que gerou uma briga generalizada entre os jogadores dos dois times. Depois de brigar com a diretoria, o Animal acertou sua ida para o Corinthians já no ano de 1996, porém, um desentendimento com o zagueiro Cris fez o atleta deixar o Parque São Jorge e retornar ao Vasco. O acidente de carro que o levou a prisão nesta terça-feira ocorreu durante sua passagem pela Gávea.
Auge é marcado por novos problemas
O ano de 1997 foi especial para Edmundo, pois conquistou o título Brasileiro pelo time de São Januário, além de bater o recorde de gols em uma única edição do campeonato, com 29, superando Reinaldo, ídolo do Atlético Mineiro, além de fazer o maior número de gols em uma única partida da competição, quando fez todos na goleada de 6 a 0 sobre o União São João. Porém, não faltaram polêmicas também. No Campeonato Estadual, o Vasco venceu o primeiro jogo da final contra o Botafogo e Edmundo dançou na frente de Gonçalves no fim da partida. No partida decisiva, Dimba fez o gol do título do Glorioso e todos os jogadores comemoraram repetindo a dança.
Já pelo Brasileirão, após vencer o Flamengo por 1 a 0, Edmundo disparou depois do jogo que “1 a 0 foi muito pouco contra este time de m…”. Em outra partida, contra o América de Natal, no Rio Grande do Norte, que foi apitada pelo cearense Francisco Dacildo Mourão, o atacante declarou: “A gente vai na Paraíba, um paraíba apita, só pode prejudicar a gente”. Depois da conquista, o controverso jogador foi para a Fiorentina, da Itália, em 1998, mas retornou ao Vasco um ano depois, após brigar com o meia português Rui Costa e abandonar o time para passar o Carnaval no Rio de Janeiro. Vendido por US$ 15 milhões ao Vasco, foi a contratação mais cara da história do futebol brasileiro na época.
Retorno ao Vasco e mais polêmicas
Em sua volta ao clube, Edmundo voltou a mostrar seu bom futebol dentro de campo, porém, após briga com Eurico Miranda, ficou fora das oitavas de final do Campeonato Brasileiro, contra o Vitória, e o Vasco foi eliminado da competição, depois de classificar em terceiro lugar na primeira fase. Em 2000, voltou a fazer dupla de ataque com Romário, mas a guerra de egos entre os dois tomou conta do noticiário. O principal motivo era a briga pela braçadeira de capitão. Depois de muito desgaste foi emprestado ao Santos, devolvido ao Vasco e emprestado para o Napoli, da Itália. Em 2001 entrou na Justiça Desportiva e conseguiu seu passe livre, acertando depois com o Cruzeiro.
Pelo time mineiro, foi demitido justamente após partida contra o Vasco. O motivo? Declarou antes da partida que não gostaria de fazer gol no clube do coração e, durante a derrota por 3 a 0, desperdiçou uma cobrança de pênalti e foi acusado de contar ao goleiro Helton onde iria cobrar.
Vida turbulenta fora das quatro linhas
Fora de campo Edmundo também acumulou problemas. Além do acidente de carro que culminou com três mortes, o Animal ficou conhecido por sua movimentada vida noturna e acumulou casos para o seu histórico. A mais conhecida delas aconteceu em 1999, na comemoração do seu aniversário, quando contratou um circo para sua festa e foi acusado de dar cerveja para um macaco. Na ocasião, o ex-jogador se defendeu dizendo que era guaraná, mas causou a ira de entidades de defesa dos animais.