Wagner, o novo contra o carlismo, é agora o velho contra ACM Neto

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15 de dezembro de 2020
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Foto: Manu Dias/GOVBA
Foto: Manu Dias/GOVBA

 

Em 2006, Jaques Wagner, o novo, surpreendeu ao derrotar o governador Paulo Souto, representante do velho carlismo. Não seria irônico em 2022 o mesmo Wagner, agora representando o velho petismo, enfrentar ACM Neto, o novo?

A tese, suscitada por Bruno Alfonsin, estudante de jornalismo em Salvador, é no mínimo curiosa. Num olhar de relance, parece isso, mas apurando a observação, as circunstâncias são muito diferentes.

Em 2006, Wagner tinha Lula na Presidência, e ACM, o velho, deu uma bobeira ao federalizar a disputa atacando Lula. Agora, ACM Neto desponta no cenário como o novo, mas não tem o lastro presidencial que Wagner teve. Ao contrário, corre para construir uma referência.

Lá e cá

Claro que a questão federal tem influência, na grande maioria das vezes, decisiva. O jogo é sempre lá e cá e vice-versa. Por aí, o cenário de 2020 indica que as duas partes ainda têm muito chão até 2022. Se Neto está resolvido cá, e lá, não, na banda de Rui Costa, nem cá nem lá.

Veja: em 2022, Rui, já reeleito, não poderá disputar o mesmo cargo. Idem João Leão, o vice do PP. E Otto Alencar, do PSD, senador que completa o triunvirato que nos governa (PT, PP e PSD), finda o mandato.

Dizem que Wagner quer que Rui faça como ele, fique no governo até o fim. Mas quando Wagner fez isso, a presidente era Dilma. Ele deixou o governo cá e foi ser ministro lá. E Rui tem o que? Eis a questão. Primeiro, ele tem que se resolver cá. E lá, Lula também é o velho.

*Levi Vasconcelos
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